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"Resultado que nasce incansável da arte de lapidar palavras e transmitir conteúdos"

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Pontos de vista podem variar

Mas o respeito ao outro e às suas opiniões deve permanecer!


Nas redes sociais e nas ruas, em botecos e até mesmo no ambiente de trabalho, um clima de ódio, agressividade e animosidade contagiou muita gente. O motivo? A corrida eleitoral para o cargo de presidente da república pelos próximos anos. Defender as propostas de um candidato é uma atitude até certo ponto saudável, um exercício de democracia. Porém, o que se viu, ouviu e leu por aí foi bem além disso: preconceitos, intolerâncias, descriminações e por aí vai.

Agora que as eleições já passaram, dizem que tudo pode voltar ao “normal”. Será mesmo? Ou será que as pessoas apenas vão deixar seus preconceitos, intolerâncias e descriminações voltarem para dentro de si e aguardarem nova oportunidade de sair? Por exemplo, quando falarem sobre médicos cubanos, mulheres em cargo de chefia, profissionais formados via programas públicos de bolsa de estudos, cotas raciais, etc.

Olhando essa situação de um ponto de vista macrológico, percebe-se dois perigos vinculados à intolerância: a xenofobia, quando um brasileiro coloca-se contra um estrangeiro que está em seu país (como é o caso dos cubanos e haitianos) e o regionalismo exacerbado, quando um brasileiro se acha melhor do que outro pelo fato de ser de uma região diferente (como é o caso de sulinos versus nordestinos).

Do ponto de vista micrológico, os efeitos da intolerância para a sociedade aparecem em manifestações de desrespeito a ideias opostas, ridicularização de ideologias e recriminação de posições pessoais em diversos assuntos. Por exemplo, como se tem visto, em relação à política, mas também ocorre quanto à sexualidade, religião, sotaques e costumes, formação cultural e educacional. Mas o que se ganha com essas atitudes?

Sim, somos todos diferentes, mas podemos conviver e nos respeitar sem discriminação, isto é, sem fazer distinção, exclusão ou preferência com base em critérios pouco ou nada relevantes, que tenham por efeito anular ou reduzir a igualdade de oportunidade ou de tratamento.

Como contribuir para formar uma nação mais tolerante?

O primeiro passo é conhecer as histórias política, cultural e educacional brasileiras, pois elas têm reflexos sobre nós e nossa sociedade até os dias atuais.

-> Entenda a formação dos partidos políticos no Brasil, do Império à República Velha, do Regime Militar à atualidade, acesse: http://tinyurl.com/mwb47b3

-> “Quem são os brasileiros?” Descubra nesse vídeo, produzido pela TV Cultura e baseado na obra do antropólogo Darcy Ribeiro, com participação de Chico Buarque, Tom Zé, Antônio Cândido, Aziz Ab’Saber, entre outras personalidades: http://youtu.be/-du4gtIutn8

-> Conheça a história do ensino superior no Brasil antes e depois das primeiras universidades brasileiras, do elitismo à popularização do estudo universitário: http://tinyurl.com/oy773a6

domingo, 13 de julho de 2014

Da trajetória do time brasileiro: de onde viemos e para onde vamos?

Antes de falar da trajetória do time brasileiro nesta Copa do Mundo de 2014, quero relembrar o que aconteceu nas últimas três Copas: em 2002 vencemos, em 2006 e 2010 fomos eliminados nas quartas de final.

Isso explica porque, quando o Brasil conseguiu passar das quartas nesta Copa, todo mundo ficou feliz. Mas se pudéssemos adivinhar o que viria pela frente, eu, pelo menos, escolheria ter perdido um jogo antes.

Levar 7 gols na semifinal foi humilhante. Ficar com o 4º lugar foi doloroso. E bem na Copa que era no Brasil... Mas, espera aí! Eu disse que em 2002 nós vencemos! E isso faz só 12 anos. É hora da matemática:

A Alemanha, que acaba de conquistar o tetra, tinha sido tri em 1990, ou seja, 24 anos atrás. Também a Itália foi tetra em 2006 depois de 24 anos sem vencer. E a Espanha, campeã de 2010, nunca tinha levado o título. Já o Brasil passou apenas 8 anos sem ganhar, desde o tetra até o penta.

Acordei ontem de madrugada, lembrando da má atuação do time brasileiro e pensei: será que não exigimos demais que nossa seleção nos traga sempre felicidade? Não estamos pesando a responsabilidade das vitórias ou derrotas em cima de ombros juvenis, idolatrando meninos somente enquanto o time está "bem"?

Não dá para ser sempre o melhor... mas será que dá para ser melhor do que fomos? Times como a Holanda (que aliás nunca venceu uma Copa e tem muito mais motivos para se frustrar) e a Alemanha têm jogadores que jogam juntos há anos. Já a nossa seleção passou por uma mudança recente de jogadores, e certamente ainda precisa de outras mudanças!

Vale a pena continuar com praticamente o mesmo elenco, salvo um ou outro jogador, e quem sabe ter também um novo direcionamento tático. Talvez um técnico argentino, por que não? Os hermanos foram melhores que nós nesta Copa! Certo é que precisamos acabar com a mania de achar que dois jogadores fazem um time de 11.

Felizemente ficam bons exemplos para inspirar nosso povo e nossos jogadores numa próxima Copa do Mundo. Times que fizeram boas campanhas, como a Costa Rica, a Colômbia, a Bélgica e a Alemanha. Jogadores unidos, valorizando mais o coletivo do que o individual, mais o passe certo do que a falta violenta, mais o futebol arte do que o estrelato momentâneo.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Tomar banho é um luxo

Em São Paulo não tem chovido o bastante. Resultado: as represas que abastecem 9 milhões de pessoas na região entregaram mais água aos encanamentos da cidade do que receberam das nuvens de chuva.

Sistema Cantareira em 2014.
Porém, para a maioria das pessoas, nada mudou. Ninguém percebe se estão usando o chamado "volume morto" da Cantareira ou não. Abre-se a torneira e a água jorra, pronto.

Uma pessoa que enxerga perfeitamente pode fechar seus olhos e experimentar as sensações de outra pessoa com visão limitada. Mas como ela não está realmente cega, pode abrir os olhos a qualquer momento.

Quer saber como é ficar sem água? Experimente passar um dia sem abrir a torneira, sem lavar as mãos ou a louça, sem escovar os dentes, sem dar descarga e sem tomar banho! Agora imagina ter que passar muitos dias sem água ou usando muito menos do que está acostumado.

A verdade é que não se dá o devido valor ao que se tem em abundância. Se nunca nos faltou água, não percebemos o quão luxuoso é poder tomar um delicioso banho todos os dias, às vezes dois, ao acordar e antes de dormir.

Segundo dados da Sabesp, banho de ducha por 15 minutos, com o registro meio aberto, consome 135 litros de água. Já de acordo com a ONU, cada pessoa necessita de apenas 110 litros de água por dia para atender a necessidades de higiene.

Certamente há muitos seres humanos que vivem com bem menos água do que isso, enquanto há outros que são "milhonários" e não se dão conta do quanto andam desperdiçando por aí.

Seca progressiva no Mar de Aral, na Ásia.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Uniformemente variado

Assistindo aos jogos de futebol durante a Copa do Mundo no Brasil, reparei que os uniformes dos jogadores da maioria dos países estava bem diferente do que eu me lembrava na Copa anterior.

Alguém explicou: é que a FIFA pediu para os times fazerem uniformes monocromáticos, justificando que ainda existem muitos televisores em preto e branco no Mundo. (Voltamos para 1914?).

Bem, não vou entrar no mérito desse tipo de discussão, afinal é o tal do "padrão FIFA", obedece e pronto. Mas confesso que fiquei intrigada, tentando me lembrar como eram os uniformes dos jogadores em outras Copas.

Para minha alegria e para matar minha curiosidade, vi a dica de uma amiga no facebook sobre uma postagem do jornal The Guardian e seu gráfico incrível com todos os uniformes usados pelos times desde a primeira Copa do Mundo:

"Explore the history of the World Cup with our graphic guide to every official kit worn by this year's 32 competing teams since the competition began in 1930. Choose a country to see its sartorial history, and click on the change-strip thumbnails for a larger view"

Explorei bastante e descobri que os uniformes já mudaram muito, que se usava mangas compridas no começo, que símbolos de patrocinadores foram sendo inseridos aos poucos, que até a gola da camisa já foi feita de muitas formas.

Nossa quanta mudança! Percebi que, afinal, eles nunca foram iguais, nunca foram idênticos ao longo dos anos, ou na assepsia da palavra uniforme, muitos nem sequer mantiveram um padrão de cores e modelos.

Link do The Guardian


sábado, 24 de maio de 2014

Desculpa, foi engano!


Antigamente a gente cometia engano quando alguém passava ou número de telefone errado ou a gente mesmo trocava algum número na hora de discar. Era mais ou menos assim:

- Alô?
- Oi por favor o Pietro?
- Pedro?
- Pietro!
- Não tem ninguém com esse nome.
- Desculpa, foi engano!

Outro dia isso aconteceu comigo, mas foi bem diferente. Pietro me passou o número dele e anotei no celular, mas não conferi. Estava online no whatsapp e mandei uma mensagem:

- Oi primo!
- Oi, não estou reconhecendo você nessa foto...
- Você também está um pouco diferente na sua foto!
- É sério, acho que não sei quem você é...
- Como assim primo?
- Qual seu nome?

Opa! Nesse momento, percebi que ele podia de fato não ser meu primo.

- Noemi. Acho que anotei algum número errado. Qual o seu nome?
- Diego.
- Desculpa, foi engano!